
A J. W. Thompson recentemente encomendou uma pesquisa sobre o uso de personagens homossexuais em mensagens publicitárias. Talvez você se pergunte “mas há gays em propagandas na televisão?”. E, se a resposta beira o ‘não’, aí é que mora o motivo de se fazer tal pesquisa.
Os resultados apontam que a maioria do público defende que os anúncios reflitam o que de fato é nossa sociedade. Que bom! Mas o irônico é ver que, a mesma proporção diz que “as outras pessoas” se incomodariam com gays nos anúncios. E aí que – nada mais óbvio – não há anunciante em perfeita sanidade que arrisque associar seus produtos àquilo que incomoda o público.
Analisando de maneira geral os canais de TV, nota-se que nunca houve tantos gays (assumidos ou não) em novelas, seriados, apresentando programas e em reality shows. Mas basta entrar o intervalo e começarem os ‘reclames’ – como dizia minha vó – para esse povo sumir da telinha. As justificativas para isso, os próprios entrevistados deram: casais do mesmo sexo só são mostrados para causar polêmica; não entendo por que as marcas mostram isso; TV não é lugar para casais do mesmo sexo. Não é o que o início deste parágrafo nos sugere.
Homossexualidade é um assunto em voga desde a Grécia antiga (ou antes até). E hoje, em pleno século XXI, encará-lo de forma natural ainda é um desafio para a maioria. Assim como é um desafio para anunciantes e agências abordá-lo e mostrá-lo de maneira igualmente natural, e não pelo viés questionável do politicamente correto. Pela lógica, se cada vez é maior o número de pessoas que assumem suas preferências, talvez estejamos prestes a entrar numa era em que as empresas, em sua comunicação, não façam de conta que gays não existem. Mas se a pergunta que vem à sua cabeça é “quando será?”, a resposta deve estar numa pesquisa que provavelmente ainda nem foi encomendada.
Leave a Reply